segunda-feira, 23 de março de 2015

Sala Híbrida: um importante avanço para a Cirurgia Cardiovascular

Um dos avanços mais importantes para o campo da cirurgia cardiovascular é a chamada Sala Híbrida - uma sala cirúrgica aliada a procedimentos de hemodinâmica e equipada com aparelhos de imagem avançados para angiografia, tomografia computadorizada e ressonância magnética. O caráter inovador dessa sala está em associar a atuação conjunta de cirurgiões cardiovasculares, cardiologistas, radiologistas intervencionistas e eletrofisiologistas para proporcionar ao paciente uma cirurgia minimamente invasiva, portanto, menos traumática, com menos riscos de infecção, menor tempo cirúrgico e mais rápida recuperação.

Apesar de poder ser utilizada em outras áreas, como na neurocirurgia, na cirurgia torácica, na traumato-ortopédica e na laparoscópica, a sala híbrida tem maior destaque em seu uso nas cirurgias cardiovasculares, sendo recomendada em casos de cirurgia de reparo de válvulas cardíacas, distúrbios de ritmo e aneurismas aórticos, por exemplo. (Veja abaixo o quadro detalhando os tipos de procedimentos cardiovasculares que podem ser realizados em uma sala híbrida.)

Retirado de Júnior, Carlos Galhardo. "Sala Cirúrgica Híbrida: uma nova realidade no Brasil e no mundo." Revista Brasileira de Cardiologia 26.1 (2013).

Dentre os principais procedimentos beneficiados pela sala híbrida está o Implante Valvar Aórtico por Transcateter (TAVI, em inglês), o qual foi tema de trabalho feito pelo Dr. Heraldo Guedis Lobo Filho (coordenador da LCCV) e aprovado para apresentação no 42º Congresso Brasileiro de Cirurgia Cardiovascular da SBCCV de 2015.




O Brasil possui salas híbridas no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (SP), no Hospital São Francisco da Santa Casa de Misericórdia (RS), no Hospital Israelita Albert Einstein (SP), no Hospital do Coração (SP), no Hospital Pró-Cardíaco (RJ), no Hospital Santa Genoveva (MG), no Hospital Mater Dei (MG) e no Hospital Santa Helena (DF),  por exemplo.

Sala Híbrida do Hospital Israelita Albert Einstein (SP)
Sala Híbrida do Hospital São Francisco (RS)
Sala Híbrida do H-Cor (SP)
Sala Híbrida do Hospital Santa Genoveva (MG)

sábado, 21 de março de 2015

10 melhores músicas para se ouvir em uma cirurgia

No dia 14/03, o Blog LCCV lançou uma pesquisa para saber "Qual música gostaria de ouvir em uma cirurgia?". (Clique aqui para ver o post)

Aqui está a lista com as 10 melhores músicas!

Songbird - Kenny G


How Deep Is Your Love - Bee Gees


Down In The River To Pray - Alison Krauss


Here Comes The Sun - The Beatles


What A Wonderful World - Louis Armstrong


On The Beautiful Blue Danube, Op. 314 - Johann Strauss II


Oh, Happy Day - Aretha Franklin


I Feel Good - James Brown


Feelin' Alright - Joe Cocker


September - Earth, Wind & Fire

sexta-feira, 20 de março de 2015

LCCV Recomenda: Quase Deuses

O filme Quase Deuses, de 2004, narra a história real de dois pioneiros da cirurgia cardíaca: o cirurgião Dr. Alfred Blalock e seu assistente de laboratório e técnico de cirurgia Vivien Thomas.


A história começa em 1930, quando Thomas, após perder seu antigo emprego como carpinteiro durante a Grande Depressão, passa a trabalhar como zelador no Laboratório de Cirurigas Experimentais Vanderbilt, onde conhece o Dr. Blalock e torna-se o seu assistente em pesquisas. Dr. Blalock logo percebe Thomas como mais do que um simples homem negro, mas como uma pessoa talentosa e de fácil aprendizagem. Juntos, fazem descobertas inovadoras sobre os mecanismos da hemorragia e do choque traumático. 


Anos mais tarde, Dr. Blalock é chamado para ser o novo presidente e chefe do departamento de cirurgias do Hospital Universitário John Hopkins. Lá, ele assume o caso do "Bebê Azul" (doença essa conhecida como Tetralogia de Fallot) e passa a pesquisar, junto com Thomas, uma solução cirúrgica para esse problema cardíaco. No entanto, outros médicos da instituição não veem isso com bons olhos: primeiro, porque não acreditavam que o coração pudesse ser operado; e segundo, pela presença de Thomas no laboratório, o qual, além de ser negro em uma época segregacionista, nunca havia estudado medicina.

Apesar disso, Dr. Blalock, Thomas e Dra. Helen Taussig, uma cardiologista pediátrica, descobrem que um ramo da artéria subclávia ou carótida pode ser separado e anastomosado com a artéria pulmonar, fazendo com que o pulmão receba mais sangue com baixa oxigenação do corpo; essa técnica ficou conhecida como Enxerto de Blalock-Taussig.   

Entretanto, apesar de suas contribuições para a descoberta da técnica, Thomas não foi inicialmente reconhecido, devido ao preconceito inerente à época, porém, anos mais tarde, tornou-se Diretor de Laboratório do Hospital, recebendo o título de Doutor Honoris Causa.


Assistir Filme Quase Deuses Online Dublado:


Trailer:

quinta-feira, 19 de março de 2015

Uma breve história do Hospital de Messejana


 

O Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes é um dos principais centros de referência do país nas áreas de cardiologia e pneumologia. Inaugurado em 1º de maio de 1933, após três anos de construção, o Hospital de Messejana surgiu por meio da iniciativa de três médicos - João Otávio Lobo, Lineu de Queiroz Jucá e Pedro Augusto Sampaio - como um centro privado para o tratamento de doentes tuberculosos.

Dr. Carlos Alberto Studart Gomes
Em 1944, o Dr. Carlos Alberto Studart Gomes assumiu a direção do Hospital de Messejana, permanecendo no cargo até 1983. Em quase 40 anos de adminitração, Dr. Carlos Alberto elevou o pequeno sanatório de tubercolosos à posição de um dos maiores hospitais do país, equipando-o para receber pacientes com uma pluralidade de pneumopatias e convertendo as unidades de tisiologia em unidades de internação de pacientes cardíacos. 

Intuindo o crescimento das doenças cardiovasculares como um problema epidemiológico, o Dr. Carlos inaugurou, em 1970, o serviço de cardiologia do Hospital de Messejana. Três anos antes, em 1967, a primeira cirurgia cardiovascular com circulação extra-corpórea do Norte-Nordeste do país foi realizada no Hospital de Messejana pela equipe do Dr. Maurício Mota Aquino e do Dr. Adib Jatene.

Dr. José Glauco Lobo Filho


Mais tarde, em 1993, o Hospital de Messejana foi palco da primeira cirurgia do estado de plastia de válvula aórtica, pelo Dr. Teles de Mendonça, e a primeira cirurgia de plastia da válvula mitral, pelo Dr. José Glauco Lobo Filho, que, no ano anterior, já havia realizado o primeiro transplante cardíaco do Ceará, no Hospital Antônio Prudente.



Em junho de 2014, o Hospital de Messejana alcançou a marca de 300 transplantes cardíacos, tornando-o o terceiro maior centro transplantador do país, atrás apenas do Instituto do Coração (InCor) e Instituto Dante Pazzanese, ambos em São Paulo.

Atualmente, o Hospital de Messejana oferece aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) tratamentos de ponta e procedimentos de alta complexidade (por exemplo, é exclusividade do Hospital de Messejana na rede SUS de todo o país o Sistema de Mapeamento Eletroanatômico Tridimensional, que realiza o mapeamento de arritmias complexas). Lá é o principal local no Norte-Nordeste onde é encontrado o transplante de pulmão e o Projeto Coração Artificial. Já na área de ensino e pesquisa, o hospital foi também pioneiro em ser o primeiro do Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil a ter o Doutorado em Cardiologia.



quarta-feira, 18 de março de 2015

OCS Heart - Um avanço no transplante cardíaco

O OCS Heart, criado pela empresa TransMedics, é um sistema de perfusão e monitoramento portátil, representando um grande avanço na área de transplantes por ter sido desenvolvido para superar as limitações do transporte em gelo.

No caso, o OCS Heart minimiza os danos isquêmicos causados pelo frio ao perfundir o coração com sangue oxigenado aquecido, além de optimizar a conservação do órgão ao alimentá-lo com as quantidades de oxigênio, nutrientes e hormônios necessários até a sua chegada ao local do transplante.

Tal sistema de perfusão permite que sejam utilizados também corações que pararam de bater no corpo dos doadores, os quais antes eram inviáveis ao transplante. Agora, o coração, mesmo parado, pode ser retirado do corpo do doador, ressuscitado e mantido vivo pelo sistema de perfusionismo do OSC Heart até o momento da cirurgia.

Em outubro de 2014, a TransMedics anunciou, em parceria com a equipe de transplante cardíaco do Saint Vincent Hospital, em Sidney, que o OCS Heart tornou bem-sucedidadas uma série de três transplantes cardíacos em adultos que utilizavam corações de doadores com morte circulatória. E mais, todos os três pacientes que receberam transplante desses órgãos tiveram um pós-cirúrgico sem complicações. Agora, a TransMedics planeja usar uma tecnologia similar para atuar na preservação de pulmões e fígado para transplante.


Veja abaixo o vídeo simulando o funcionamento do OCS Heart: